Ouse não ouvir tudo aquilo que te falam sobre mim.
Se você quer pichar, faça, mas pelo lado de dentro do portão.
Se anda sentindo o peito, goze com a vontade da necessidade de expelir tudo o que entope suas entranhas. Não “como” no teatro.
Relaxe.
Raspe as sobrancelhas uma vez por mês.
Diga “oi” para o sol. Desfrute da natureza.
Pegue carona, pelo menos uma vez por dia.
Fique nervoso. Coloque suas tensões para fora.
Diga “amém”, abaixe a cabeça e saia pela porta lateral esquerda.
Não falo igual.
Peça a conta e vamos embora, o dia está acabando e a noite caduca.
Peça aos monges a sabedoria que nunca alcançarás sendo você mesmo, e não aquele. Deixe que lhe deem socos e pontapés, sacuda a poeira e escolha outro caminho.
Não desvirtue de seu foco.
Tenha alternativas como tênis amortecedores e tração na dianteira.
Perturbe a mente com o som alto das buzinas, sirenes e bombardeios. Sele o beijo de paz.
Coma sushi. Cubra seu rosto e vire a cara para a dor dos famintos à sua volta.
Repita que estas são sempre as mesmas palavras que lê. Estagne seu cérebro, seu coração.
Congele minha imagem de bruços na sua cama, pois é assim que quero lembrar de mim junto à você.
Não me perdoe, porque eu não mereço. Ninguém saberá afinal, onde tudo termina.
Já queimei todos os retratos e agendas de telefone.
O calor da sua boca, não quero.
Vamos pulando num pé só.
Pese.
Para quê continuar então?...
Por Helen de Sousa_09mar09