quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Carnaval, tudo igual!

Não há o que esperar da nudez.
Ano após ano de expectativa infundada, pois são os mesmos corpos, as mesmas cores...
Que aumentam a cada ano.
A novidade, pois, estaria na redescoberta.
A cidade que engole gente, em fevereiro vira o Brasil!
Nem Alanis resistiu ao batuque nacional...
E mesmo em meio a tanta alegria, o surrealismo da comodidade em que se habitua perder a liberdade, pouco a pouco deixa de ser surpresa...
Onde o mendigo pode virar louco e o louco mendigo que ainda virará o ladrão da esquina
Onde a beleza é ofuscada
E como Alice, vive-se num mundo de fantasia, em que realities shows passam a ser o descanso nacional.
Vive-se a ilusão governamental, onde o operário que prometia igualdade aos iguais, não mentiu! Agora já se cumpre a promessa, do patamar de cima.
Onde não há mais fome, nem miséria, nem mamães sufocando seus bebês ao darem a luz...
Por uma tão sonhada viagem a Itália!
A vista do helicóptero é mais aprazível
Porque quanto mais perto do indigente, mais fétido se torna o ser humano...
E o caos ainda prevalece.
Que não ousem apontar para os céus, pois os que aqui vivem fazem suas leis, quebram códigos de ética, tem como bandeira seu próprio orgulho.
No país do carnaval me confundo com a negra, com a mulata, com a índia ou com a burguesinha do sul.
E cheia de alegria me lanço nas ruas, com seus lances, lanças, balas, confetes, mariolas, quindins, frumelos, bacanas, dionísios, afrodites, mikey mouse, gatos de botas, bruxas do oeste...
E o que não pode faltar na cidade maravilhosa?
Sonhos!
De todos os sabores...
Por Helen de Sousa_27jan09