sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Resiliência para ser feliz

Hoje é um daqueles dias em que você diz que está matando um leão por dia. O corpo dói, responde também com as náuseas, dor de cabeça, estresse. Não há motivos óbvios além da saudade de casa, dos amigos, da nossa terra, do nosso lugar. 

Nesses dias você se pergunta por quê e qual o sentido de tudo, de tanto esforço... 

Todos querem voltar, mas a resiliência está na luta para tentar ser feliz. E a pergunta vem: mas como ser feliz vivendo com a vontade de ser feliz, de voltar a sorrir de verdade? 

Estamos a completar 6 meses fora do Brasil, numa luta constante entre os sentimentos de ficar e partir. A razão pede firmeza, solidez, força. O coração pede afeto, sorrisos, carinho, calor humano e animal, natural. 

Hoje é um daqueles dias em que você não quer ouvir que foi corajoso, audacioso, você só quer descansar. 

Sempre que me pego pensando nas pessoas que moraram fora, e hoje escolheram o Brasil para permanecer, mesmo com todo o caos que é o país, eu entendo que vida de imigrante não é para todos e qualquer um, não é um sonho comum. Você precisa muito mais do que o desprendimento material, você precisa da libertação sentimental de vidas, de afetos. Não é fácil! 

O curso do rio pode mudar de acordo com diversos fatores que o circundam. Ele tem um único objetivo: desaguar no mar. Mas esse percurso pode tomar diversas formas, passar por caminhos inesperados. 

Eu vivo há 17 anos em prol dos meus filhos. A minha vida é baseada no que seria melhor para um futuro de todos eles. E dentro dessas escolhas, eu carrego a minha história de vida própria que me fez escolher pela felicidade deles. Eu sempre paguei o preço disso e faço questão de ser assim. No momento, não há outra razão para ser diferente. 

Dar um passo à frente ou dois para trás sempre terá o peso árduo das renúncias. 

Num mundo em que a saúde mental é item mais escasso no mercado, voltar à minha civilização me alivia, de certa forma, a necessidade de não precisar dos medicamentos, dos receituários, só da terapia, da dança, da música e do CONVIVER, para estar sã, feliz, energizada e manter a positividade que me é tão cara e o meu maior orgulho! 

Não é que não queremos tentar e ficar. É que depois da tentativa, estamos querendo escolher não viver assim por mais tempo, além daquele que necessitávamos para ter a experiência de uma vida inteira em 6 meses! 
Quem tem casa, família, amigos, dificilmente vai ceder ao desconhecido e permanecer nele por muito tempo. Qualidade de vida é onde se tem VIDA! 

Mais um grande desejo/sonho foi realizado, o de morar fora do Brasil, conhecer outras culturas, outros costumes, outras paisagens. Paisagens essas, aliás, lindíssimas mas super valorizadas e romantizadas ao extremo por mundo, pela mídia, pelo social. 

A seguir daqui, partimos para uma nova jornada de vida, com outro olhar, outros apegos, outros anseios e outras caminhos a serem ainda percorridos. 

Miguel, Noah e Aaron, não esqueçam nunca das nossas mais intensas vivências juntos, porque no final das contas, isso é o que vale! 

Por Helen Waqas 
Em 12 de janeiro de 2024


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