"A palavra, a mais antiga e extraordinária invenção da humanidade, já dizia o general romano Catão (Macus Porcio Cato 234 a.C - 149 a.C ), é dom de todos, usá-la com sabedoria é para poucos.
As palavras têm vida própria, têm seu tempo. São concebidas a partir de idéias, sensações, pensamentos, sentimentos e intenções. Nascem das diversas formas de expressão e, então, não mais obedecem. Têm as suas preferências. Se “empatizam”, são solidárias, se juntam e vão pra onde querem. Se unem aos seus congêneres, rejeitam o que lhes fere. Seus vínculos são vivos e dinâmicos. Identificam seu complemento, formam frases e anseiam mais.
São independentes, não se subordinam. Não por rebeldia e sim por clareza de vocação.
Quando nos damos conta, lá estão elas, as palavras, se ajeitando num parágrafo, num texto, como partes ou toda a narrativa. Donas da história. Realizadas e serenas ou incomodamente desajustadas.
Quem escreve é hospedeiro, parte do processo. Via de libertação. Empresta o seu mundo para que as palavras possam, enfim, cumprir sua missão: instigar os corações inquietos concedendo-lhes os benefícios da dúvida, fartar o desjejum dos cérebros despertos, dar sentido e uma certa ordem ao caos que nos rodeia e ao caos que nos habita.
Como as pontiagudas terminações dos arados, preparam as mentes férteis para o plantio.
Se felizes, serão belas obras, breves ou eternas. Medíocres, servirão aos seus iguais. Infelizes, serão efêmeras existências que, sem legado, morrerão sem luto."
As palavras têm vida própria, têm seu tempo. São concebidas a partir de idéias, sensações, pensamentos, sentimentos e intenções. Nascem das diversas formas de expressão e, então, não mais obedecem. Têm as suas preferências. Se “empatizam”, são solidárias, se juntam e vão pra onde querem. Se unem aos seus congêneres, rejeitam o que lhes fere. Seus vínculos são vivos e dinâmicos. Identificam seu complemento, formam frases e anseiam mais.
São independentes, não se subordinam. Não por rebeldia e sim por clareza de vocação.
Quando nos damos conta, lá estão elas, as palavras, se ajeitando num parágrafo, num texto, como partes ou toda a narrativa. Donas da história. Realizadas e serenas ou incomodamente desajustadas.
Quem escreve é hospedeiro, parte do processo. Via de libertação. Empresta o seu mundo para que as palavras possam, enfim, cumprir sua missão: instigar os corações inquietos concedendo-lhes os benefícios da dúvida, fartar o desjejum dos cérebros despertos, dar sentido e uma certa ordem ao caos que nos rodeia e ao caos que nos habita.
Como as pontiagudas terminações dos arados, preparam as mentes férteis para o plantio.
Se felizes, serão belas obras, breves ou eternas. Medíocres, servirão aos seus iguais. Infelizes, serão efêmeras existências que, sem legado, morrerão sem luto."
Por Maria Balé