segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Formaturas, o começo e fim de tudo!

Hoje acordei predisposta a escrever sobre formaturas, como elas são o fim e início de tudo. Um evento típico, onde as pessoas estão sempre bonitas, sempre bem vestidas, cheias de poses, pompas, gestos e olhares; tem-se a impressão de estar em outro ambiente num só, mesmo que a sua classe social não seja a da moçoila, morena, altiva, imponente e petulante, sentada na mesa ao lado.
Oito horas da manhã. Eu acabava de chegar de mais uma “festa de formatura”. Olhos negros como a cor da noite. Uma aparência expressamente cansada, como se esperasse algo inusitado, algo que nunca vem, acontecer! Pensava sobre a festa, sobre a vida, como estou envelhecida... a incomunicabilidade do ser humano... havia até pensado falar sobre tema hoje, mas ele, tão enjoativamente, já foi muito explorado, cessando, de vez, todo o meu entusiasmo pela dissertação; porém devo ressaltar que sobre toda minha argumentação - já existente - o que posso fazer para diminuí-la é exatamente o que faço agora, comunicar-me! Mas a voltando para a formatura, hoje foi algo diferente, porque o dia se fez singular. Saí de casa, percorrendo a cidade, prestando atenção em cada movimento, cada farol, cada luz que surgia à minha frente e pensando na tal da padronização dessas festas, em todas aquelas pessoas e comportamentos a que eu teria que me submeter e que nunca me agradaram. Em contrapartida, o mais curioso e intrigante foi, chegar a uma festa de formatura totalmente fora do convencional; Ao adentrar o grande salão, avistei os amigos, primos, tias e tudo que me esperava naquela noite. Um empolgante som de pagode rolava no palco do evento; então, mais uma vez me perguntava – “Pagode em festa de formatura, e no começo dela? Que estanho! Nem gosto muito de pagode, então, já vi como tudo vai ser!!” – Sentei, bebi um drink, conversei, fui me entrosando e logo que começou um rock dos anos 80, dei um pulo da cadeira, segui direto para o meio do salão e me animei completamente! Vi pessoas estilizadas, mas em uma excentricidade única. Foi a noite do ano!! Melhor que isso, não dava para imaginar, aliás, dava sim, mas eu preferia não criar expectativas!! A noite foi perfeita! Ao voltar para casa, o dia já estava claro. Como há muito não fazia (chegar em casa tão cedo), consegui refletir sobre tudo e todos, num espaço de tempo indizível para os que não viveram. “Mas até quando eu ainda estaria neste mundo?”... Não dá pra saber. O que dá pra saber, é o quanto fui feliz nessa noite, o quanto eu sorri, quanto exorcizei todas as minhas frustrações, minhas perdas, as ausências de minha vida e como extravasei toda a alegria que estou sentindo. Por um longo tempo queria que você estivesse, ali, ao meu lado, noutro queria mesmo que estivesse tão longe quanto agora; Para não ter que explicar nada, não sentir saudade dos teus beijos, do teu toque, das nossas noites de amor, vindas, longe de tudo. Ninguém conseguiria suprir tais sentimentos naquele instante. Ter você ao meu lado nem era o que mais me importava, mas se você estaria lá no dia seguinte e no outro e também nos próximos. E você ainda faz falta... Essa incerteza do dia posterior. Até quando eu vou te amar? Até quando preciso ainda te esperar? Até quando você terá os meus braços para abraçar, até quando o calor do meu corpo poderá te aquecer? Quem são nossos filhos? Onde estará a nossa vida?
Hoje chorei a perda de um irmão. Hoje fui mais feliz porque você está feliz, realizado. Em confronto, por dentro do meu corpo, vivo com a alegria e o medo da perda de tudo isso. Hoje eu precisava do seu abraço apertado, de um olhar.
Minha mãe me deixou, foi para longe, cuidar de outro pomar.
Você não sabe que não posso esperar. Minha alma clama por viver, o hoje que será o nosso amanhã. E de todas as incertezas, estar contigo me faz bem. Você parece não entender e não consegue decidir se quer ficar ou vai partir. Mas você precisa saber que não sabemos até quando mais estarei aqui, perto de ti. Por isso não me deixe querer partir, assim... Sejamos mais do que vontade. Estejamos mais em nós...
O fim de mais um ciclo... E o início de tantos outros. O vínculo de dois corações e a separação de muitos deles...
... E quando o cansaço já tomou de conta,só me resta parar, respirar e continuar a olhar para frente... Seguindo.
Hoje acordei com uma dor estranha no seio direito. Um caroço... Preciso procurar um médico...
Por Helen de Sousa_25ago08