O tempo cura tudo. O tempo também oprime, liberta, deprime, alegra. Mas ele é quem rege tudo, a vida, a morte, a chegada, a partida, a solidão e a companhia mais sincera. O tempo engradece o amor, frutifica, solidifica, une, dá forças para seguir adiante.
A fé é o que nos faz suportar o tempo passando lento ou na velocidade da luz. É ela quem nos permite sorrir num dia nublado, aquecer as mãos aflitas daquele que sente a ausência ferir cortante as entranhas. Ela é quem nos faz apreciar o sol pelas manhãs e no final do dia, a chuva que regenera, quem nos faz acreditar que Deus existe disfarçado de natureza.
E o amor é aquele que passa para colorir o dia, que perdoa tudo, o egoísmo, a imaturidade das relações, todas as faltas cometidas e assumidas. O amor é o que nos faz ressurgir das cinzas todas as vezes que morremos! É ele que dá sentido à vida, aos caminhos que ela nos leva. Ele rege a alma. Alimenta o espírito cansado. Dá alento ao coração aflito. O amor transforma tudo: a dor em felicidade, a ingratidão em compaixão, o embrião no homem feito!
E são eles que me trazem até aqui. Sozinha e cecada de toda a minha vida pelas vidas que o tempo me trouxe, que a fé permite permanecerem ao meu lado e que o amor consolida a cada dia, a cada lágrima, a cada abraço, a cada semblante feliz que me rodeia.
Eu já disse inúmeras vezes e repito aqui, mais uma vez, eu sou toda feita dos amores da minha vida: minha família, meus filhos, meu marido e meus amigos!
Porque hoje foi um dia especial. Porque a ausência traz marcas fortes da vida que segue, que continua e não para, esperançosa no encontro do amanhã...
*Texto em homenagem ao meu marido que hoje está há quilômetros de distância da gente. Aquele que tive o privilégio de conhecer e partilhar uma vida inteira nesta existência e por tudo que nós ainda viveremos junto e com os nossos filhos!