quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sexo é do bom!

Hoje acordei com uma vontade de ter 17 anos. Mas logo passou. Lembrei de toda a insegurança e provação de identidade... Não. Adoro ser uma “balzaquiana”. Na verdade, senti falta da adrenalina, ou da coragem da tenra idade. Porque hoje eu, literalmente, falhei. No meio da Capital Federal do Brasil, não pude fazer amor, sexo casual ou o que quer que fosse. Deveria estar envergonhada?! Até que sim, não fosse o puta tesão que tava sentindo! Sim, porque o chato não é não fazer sexo, mas quando você está ardendo em febre e todas as circunstâncias não te permitem ao menos poder querer passar dos limites... Os olhos à sua volta, as risadas, o cheiro da droga toda, emaranhando os cabelos, o casal à minha frente, curtindo o mesmo pôr-do-sol que eu, ou ainda, homens se cheirando, fétidos, ao aroma de corpos sujos, acidentalmente másculos, instintivamente animais, feito lobos no cio... A nos observar, querendo fazer parte daquilo que seus caros ternos e Pajeros não comprarão. Mudo de cenário, o sol é o mesmo, mas permanece um clima constrangedor, porque ele sabe que adoro, na verdade, AMO SEXO, entretanto, hoje não deu ou não... Enfim! Por isso eu concordo, “sexo é do bom, amor é do bem”... Lidar com o simples ato de copular, tudo que envolve amor, romantismo, vira uma m*#%*%...

Semi-nua, deitada em minha cama, estou pensando que se fosse há uns anos atrás estaria com a mesma vontade absurda de ter apimentado o meu relacionamento e assim o faria, mas hoje todas as tentativas foram vãs, talvez por que não seja mais a mesma?! Não, eu não queria ter 17 anos!

Olhei para todos os lados, irrite-o cogitando, mentalmente, todas as possibilidades de ser um pouquinho mais feliz nessa tarde. Eu deveria estar me perguntando também qual o propósito de colocar isso aqui num papel em branco... Mas acredito que é pelo simples fato de querer externar a sensação ridícula de dever não cumprido, quando na verdade isso nem é uma obrigação, provar que ainda sou capaz de ser espontânea, inconseqüente, às vezes irracional; Não ser o suficiente para quem eu amo; Não deixar o amor antigo ir adiante, sem o último beijo... Mas agora tenho tanta coisa para pensar... Dar a janta para o filho, louça pra lavar, arrumar todos os DVDs espalhados pela sala de estar, separar todas as contas que estão para vencer, tomar um banho, fechar os olhos, meditar, coragem para enfrentar o computador... Acordar para mais um dia na lida... abrir os olhos e ver você aqui, antes de fechar a porta e sair novamente.



Por Helen de Sousa_20jan09