segunda-feira, 30 de julho de 2018

Vida na arte

Ontem fui ao teatro, rever velhos amigos, conferir o novo espetáculo de escritores da capital federal do Brasil. Tinha um aniversário para ir, então fomos eu, meu marido e Noah. Apesar de saber que teatros não são para crianças quando a peça não for direcionada a elas, eu tive que levar o pequeno, pois não queria deixá-lo em casa. Foi a primeira vez do Amir no teatro, assistindo a uma peça de verdade.
Foi tudo um desastre!!
Não imaginava que o espetáculo demoraria duas horas; na minha cabeça, no máximo uma hora. Tinha que quer tido muito texto para duas horas. Não gostei. Sempre fui fã dos irmãos, mas especificamente deste espetáculo não gostei. O título da peça era Cleóprata. Fui esperando muito mais. Achei o texto raso, e não achei que o título condizia com o que foi proposto. Fiquei esperando mais sobre a inteligência e beleza no contexto "Cleóprata". Talvez eu esteja desatualizada das obras teatrais, mas, do que venho lendo, achei o texto apresentado muito superficial, aquém dos trabalhos já realizado pelos artistas.  Porém tenho que dizer que a plástica do espetáculo estava bem feita, apesar de ter remetido-me a obras dos Irmãos Guimarães, eu gostei da proposta, estava esteticamente bonito! Velhos estereótipos, mesmos atores realizando papeis principais, nada de novo! Definitivamente fiquei super frustrada, pois queria que meu marido tivesse tido uma ótima primeira experiência com o teatro, tendo em vista ser uma das minhas paixões e um pedaço dos meus caminhos.
Depois da saga, menino agoniado no colo, querendo dormir, comer, e eu sem saber que já estávamos chegando a duas horas de peça, desistimos de ir à festa pois não encontramos o endereço, e a Ceilândia, à noite, não é lugar muito aprazível para procurar endereços.
Fiquei a todo momento pensando em várias coisas durante o espetáculo, inclusive meus anos no teatro e como tinha chegado até ali com o Noah no colo, Miguel a completar 12 anos, marido a tira colo... Vários filmes passaram na minha cabeça, enquanto eu tentava me concentrar no entediante enredo da peça sendo apresentada. Pensei na CAL, pensei no Retiro dos Artistas, na minha trajetória pelo Dulcina e na minha trajetória pelo Rio de Janeiro em si. Pensei na sobrevivência do Teatro em tempos tecnológicos, juntamente com as milhares de opções de leitura a nosso dispor.
Foi bom. Apesar da minha vida nada ter a ver com Cleópatra, não sou tão vaidosa, e apesar da inteligência, acredito não ter sido tão astuta como e referida mulher das Esfinges.
No elenco de ontem, o que salvou a peça foi minha "ex-amiga" - graças aos bondosos frutos da democracia e da ideologia política -, Manu Mendes, e meu amigo de palco, Rodrigo Lélis, a quem não pude abraçar, pois teriam um novo espetáculo em seguida.
A noite acabou na barraquinha de lanches Wama Foods, na Samambaia, com a gente comendo Shwarma e macarrão com um amigo do Amir. Pense num troço gostoso!!

Por Helen Waqas
Em 30 de julho de 2018