segunda-feira, 15 de setembro de 2008

De lembrar

Foram as chances
Como é triste pensar naqueles que fecham suas portas para a vida
Lembro-me de Rodrigues
Moça bonita, de esplendor raro
Transformou-se em natureza
Em seus mistérios
Fascínios
Nas mentiras
Na nova tatuagem
Fechou a vida pra Arte
Quando virou as costas
E saiu
Mas queria voltar
Vislumbrava todo aquele glamour
As palmas
O público
Quis ser a princesa
A fada
A bela que adormeceu
Mas não tinha alma branca
Fechou-se para o mundo
Quis ser Carmem, Maria, Eugênia, de Castro
Mas era só uma Rodrigues
Perdida e solitária
Com suas pílulas ineficazes
O silêncio da dor
Quis ter um filho
E não o pai
Queria o mundo
Mas ele não a queria
E quando descobriu ser, não aquilo que ele ainda esperava
Fechou-se para o mundo
Deu adeus à vida e mergulhou na busca pelo seu “EU”
Freud não explicou à boa moça
Que ela era má
Pesava no olhar
Semeava rancor
Ficou maior
Cresceu por dentro
Ainda mais bela
Fechou-se para o mundo
E ainda segue a cantar
Por Helen de Sousa_10set08