quinta-feira, 7 de março de 2013

Minha arma minimalista contra a alienação social que emburrece e estagna!


A cada dia que passa eu tento me convencer que não vou me estressar com as notícias dos jornais e das  revistas sobre a corrupção no Brasil; sobre a grande falha na segurança do país; a saúde sucateada; a miséria por todos os lados; pessoas querendo tirar vantagem de tudo e todos, dentro do governo, dentro do meu ambiente de trabalho, na fila do banco, dentro de templos e igrejas, entre familiares e colegas, pessoas que são os pais dos meus alunos, os primos dos meus amigos, maridos de colegas, meu ex-marido, meus ex-namorados, meus primos e primas, irmãos, pessoas de todos os tipos e gêneros... Mas não consigo fechar os olhos para tanto egoísmo, tanta hipocrisia, tanto descaso com a vida HUMANA, que afeta também a fauna e flora...  

Todos os dias ouço gritos abafados de uma parcela ínfima da população, a única massa pensante do país, que não se sujeita a discutir sobre Big Brother Brasil ou sobre as vestimentas das "estrelas" da TV. São pessoas que, assim como eu, se indignam com o mundo virado ao avesso em que estamos vivendo. São pessoas que não admitem serem tratadas como bicho, onde o poder público e seus agregados (pessoas tão corruptas quando os governantes) subestimam a pequena parte pensante dessa enorme sociedade, que contém mais de 193 milhões de habitantes!

É inconcebível continuar fazendo festa para Copa do Mundo, torcendo feito um idiota por jogos comprados por todo canto do Planeta; por uma olimpíada de marketing que envolve muito mais do que verdadeiros atletas tentando superar a deficiência de nascerem, e sobreviverem, num país como o Brasil.

Minha única alternativa, como cidadã, como uma pessoa que raciocina sobre o que acontece à sua volta, e não somente consente com a cabeça, dizendo sim a tudo o que me empurram goela abaixo, é saber votar;  me eximir do direito de comemorar junto ao país, uma alegria burra, cega, que custa caro para quem precisa de leitos em hospitais, para quem precisa de policiais nas ruas correndo, andando, seja lá o que for, mas que se movimentem e não somente desfilem 16 mil reais em patinetes eletrônicos feito um desenho animado surrealista; é não frequentar Stand Up Comedies em teatros, lugares sagrados para o uso da arte como representação das belezas humanas, dos sentimentos dos homens, das contravenções, do raciocínio puro que só a Arte Cênica genuína pode representar, fazendo uma conexão entre a sociedade e pensadores consagrados, e que foi minha paixão por muitos anos... é renunciar a abadás e jogos em estádios de futebol lotados, a ter que encher os cofres públicos e aumentar a desigualdade entre ricos e pobres. 

E já que os gritos e protestos não estão sendo suficientes, eu recorro a uma posição radical e minimalista de consciência e comportamento social, como a minha única arma de protestação. Tenho, portanto, a EDUCAÇÃO como minha maior aliada! E a realização de pequenas atitudes que me fazem sentir grande interiormente, singular, dentro de uma alienação contagiante e transmissora de um falso prazer inexistente de "povo feliz".
Vou, aos poucos, desbastando toda essa sensação de impotência que me corrói as minhas veias.


Helen de Sousa
7 de março de 2013


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