segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Milagres da Vida

O milagre da vida, definitivamente, está nas coisas mais simples do nosso cotidiano, mas a humanidade é míope e é difícil convencer a todos sobre isso.

Na capital federal do Brasil não chove há muito tempo. Sofremos há meses com queimadas intermináveis, o calor estupendo e clima seco que só o cerrado possui. Hoje caíram as primeiras gotas de chuva sobre algumas regiões do Centro Oeste e nas redes sociais está chovendo comentários sobre este milagre da vida. Todos reclamam quando ela vem, mas indubitavelmente, todos concordam que a chuva é uma benção dos céus. E a atribuição que se dá por não gostarem de chuva são os congestionamentos, a saída para a balada que fica comprometida, os acidentes de trânsito, a roupa encharcada... Das vantagens é sempre mais difícil lembrar quando a chuva está realmente acontecendo (chocolate quente, aquele filme a dois numa noite fria, curtir preguicinha embaixo do cobertor, ficar abraçado com quem se gosta...).

É é mais ou menos assim na vida da gente. Quando temos a felicidade em nossas mãos é bem provável que não estejamos totalmente convencidos disso, até que nos percebamos em momentos de tristeza e solidão. Quando temos uma vida simples, regada a muito amor, amigos, saúde, sempre reclamamos da falta de dinheiro, de um carro novo, de uma casa luxuosa... Os solteiros sempre reclamam da solidão. Os casados da falta de liberdade. A insatisfação humana vai prevalecendo e nos esquecemos do que, no dia-a-dia, nos torna pessoas realmente felizes... Um gesto, um carinho, um abraço, um telefonema, um e-mail inesperado, detalhes que são encobertos pelas decepções, problemas no trabalho, em família...

A sociedade atribui o milagre às coisas surpreendentes, mas esperadas e almejadas por cada um. O homem prefere a insatisfação a perceber que o que o faz feliz de fato é muito simples de ser sentido, entendido, vivido...

Aos pequenos milagres da vida, que seja muito bem vinda a chuva e o seu poder de regeneração da vida!!!

Link: http://www.youtube.com/watch?v=6xTXnh1sNo0
Site: http://altooestevip.com/ver_coluna/407/Milagres_da_Vida.html

Por Helen de Sousa

25 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ética e Cidadania, onde elas foram parar?

Onde eu estou errando? Esta é minha grande dúvida hoje.

Há alguns poucos anos, as disciplinas de Educação Moral e Cívica, Filosofia e Ética eram tidas como pilares da Educação. Hoje, elas caíram no esquecimento e já não têm a devida importância para auxílio do desenvolvimento do caráter dos homens modernos. Então nos deparamos com hipócritas egoístas, mercenários e dissimulados de todos os tipos, numa quantidade surpreendente, presentes em nossas rodas familiares, de amigos, de conhecidos, de políticos, de profissionais de todos os ramos, pessoas que esqueceram-se do que rege a Ética: o BEM COMUM.

Outro dia participei de uma discussão sobre o amor-próprio e seus limites. E até concordo que ele é primordial, mas não deve ultrapassar os limites do que designa o convívio social e natural de todos nós: o respeito pela vida, de quem quer que seja.

Quando me pergunto sobre o que estou fazendo de errado é porque o meu senso de justiça sempre fica abalado ao perceber que estou rodeada dessas pessoas, os dissimulados, hipócritas, traidores, e afins, que movidos pelo sentimento que apodrece a alma do mundo, que corrompe a essência do ser humano ― o egoísmo ―, estão sempre se saindo bem, por cima, regados de riquezas e falsas alegrias, que compram a dignidade do outro, sem o menor pudor, sem nenhum sentimento de culpa, nem arrependimento, sem nenhuma cerimônia, numa frieza estupenda, vão se apossando de vidas, tirando proveito de tudo e de todos. E nessa leva de miséria que é jorrada, diariamente, na vida de várias pessoas, pessoas humildes, comuns e de bom coração, a caridade ― no sentido de doar-se ao outro, além de si mesmo, cultivando e reproduzindo o amor, respeito e perdão pelas fraquezas do próximo ― vai minguando da vida da humanidade.

Para que a Ética e a Cidadania possam coexistir e sobreviver a tanto desperdício de boas ações, é preciso que se pense no futuro, nas nossas escolas, na educação que estamos dando aos nossos filhos, acreditando numa revolução comportamental, e por que não espiritual? Que vai além daquilo que se vê atualmente. É necessário que não queiramos, somente para nós mesmos, tudo aquilo que achamos que nos pertence, pois esse descontrole sobre nossos limites reais, e até onde nos levamos atingindo o limite alheio, é que causa o desequilíbrio das relações humanas.

Se elas já não podem ser vistas, nem tão pouco nitidamente percebidas, ainda assim, eu afirmo que pertencem à essência de muita gente espalhada por aí que luta ―fielmente com seus preceitos morais ―, pelo bem comum. 

Que venha, pois, essa tal revolução!



1º de setembro de 2011