quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dedicatória aos solteiros neste Dia dos Namorados

Mais apaixonadamente do que o que te falei, não haveria de ser,
Pois não há.
Deixaste o lençol azul sob a cama que lá esquecida está, desfeita.
De toda a pena que não sentiu em partir, deixando escorrer minha vida, nossa vida, pelos caminhos tortuosos e sem rumo definido.
A preguiça em amar toma conta do corpo, da minha alma e canso de querer buscar.
Mas nada disso importa agora.
Se os seios eram vistosos,
Se a casa era perfumada,
Se o gosto do pão lhe parecia saboroso.
Soube sair-se, querendo ser visto e lembrado,
Por cada ausência dos detalhes fincados nos cantos por onde passavam.
O abraço ficou perdido.
A fome da paixão não tinha guarita.
Pegou um braço e finas cordas,
Sumiu no Planalto,
Montado no sonho de um só homem,
Que sabe ser só ele e ele só.
Desligou –se do mundo e da chance de mudar,
Mais fácil foi esquecer.
Peca sozinho.
Jura amor eterno a si mesmo.
Tem como guia um anel e um colar,
Mas não acredita em nada daquilo quando para para pensar.
A vida é seu guia.
E não tem amanhã, só o depois de amanhã.
Porque suas palavras não se medem, nem confiam.
Ouvem, calam-se, fecham os olhos.
E seguem...

Por Helen de Sousa