quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bullying: uma doença social ou modismo?

Há dias venho lendo, observando e discutindo as mais variadas manifestações sobre o bullying, e sempre questiono se podemos classificá-lo como modismo ou como mais uma enfermidade social, disfarçada sob a ótica da desculpa de uma sociedade doente, que tenta, erroneamente, desviar a atenção dos problemas que a cercam, culpando um “indivíduo abstrato”, subtraindo-se os reais protagonistas desse desarranjo mundial: nós mesmos.

O bullying é um tipo de agressão (física ou psicológica), estudada e caracterizada, particularmente, nas escolas, mas não deixa de ser um problema que envolve a sociedade inteira, fruto de uma deficiência da educação de pais, educadores/professores e da comunidade em geral. Pais omissos, ausentes, despreparados, criam filhos com déficit de auto-estima, incapazes de enfrentar o mundo. Pais negligentes contribuem para a formação de personalidades austeras, sem regras, desumanas: os bullies.

Em artigo postado por um de nossos colunistas, sobre o bullying, foi enfatizado o comportamento dos alunos nas escolas. No entanto, chego à conclusão que para acabar com esse tipo de atitude não há que se pensar apenas na responsabilidade dos pais dos alunos que cometem o abuso, mas também dos pais daqueles que sofrem com as consequências do bullying, pois os filhos destes devem ser orientados a saber defender-se, estando aptos a, pelo menos, tentar, desviar-se das situações constrangedoras que podem gerar traumas por uma vida inteira.

Ressalte-se que a sociedade é omissa, quando cria tipos de discriminação e preconceitos, e deixa passar despercebidas piadas ou brincadeiras impróprias sobre homossexuais, negros, e outros tipos de manifestações que intimidam o indivíduo a viver integralmente em sociedade. São essas pequenas atitudes, iniciadas geralmente nos lares, que resultam em um problema social grave que atinge a população como um todo, não só nas salas de aulas, mas nas repartições de trabalho, nas ruas, nas festas de família, em cada lugar que nos deparamos com a intolerância das pessoas, para com as inúmeras diferenças sociais.
A omissão da sociedade não pode estar sempre buscando subterfúgios modistas que justifiquem a sua falta de responsabilidade para uma mudança de comportamento global. Mudança, essa, que ocasionaria a diminuição da violência cotidiana a que estão sujeitos os nossos filhos.

Vale lembrar a todos (pais, irmãos, primos, tios e amigos) que a ética e a moral podem ser passadas de geração em geração, e nunca é demais o ensinamento dos bons costumes às nossas crianças para que se tornem adultos éticos.


Por Helen de Sousa


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Voo Panorâmico

Primeiro texto criado para a minha coluna: "Voo Panorâmico", do site: http://www.altooestevip.com/colunistas.html.

Voo Panorâmico


Vou começar com um certo saudosismo ou, diria eu, nostalgia, literalmente, no ar...
Viajando pela primeira vez à “Terra da Garoa”, deparei-me com a imensidão de São Paulo, vendo tudo sobre as asas do latão, acompanhadas das dançantes nuvens que nos seguiam por todo o trajeto... Vislumbrei os campos donde outrora foram palco do importante comércio brasileiro do café. Fiquei estupefata com a grandeza daquele lugar, com seus prédios, avenidas, trânsito, parques... Apaixonei-me!

Lembrei-me, pois, do gostinho bom que tem o nordeste, de sua gente sempre receptiva, da comida mais gostosa deste Brasil, das águas quentes do mar do nordeste. Ah, como senti saudade daquele lugar... Da cidade de Aracaju e seu Pré-Cajú. Da linda e tradicional Petrolina, Juazeiro e o do maravilhoso São Francisco. Do artesanato do Ceará. Da ventania nas praias da Paraíba. Do reggae de São Luís e da divindade das dunas maranhenses. Da grandiosidade que se tornou o Piauí e do seu fabuloso dindin de seriguela. Das águas mansas e límpidas de Alagoas. Do maracatu e alegria de Pernambuco. E por falar em alegria, como esquecer-se da magia da Bahia? Impossível! Aquela gente, aquele sol...

Bom, mas há muitos anos não visito o meu adorado nordeste, em especial, o Rio Grande do Norte, com a sua Praia da Pipa e seus encantadores golfinhos. Lugar em que tive o prazer de conhecer o Morro do Careca, enfrentar aquela extasiante subida, para a recompensa de poder desfrutar de uma das mais belas vistas brasileira... Saber do maior cajueiro no mundo. Do maior produtor de sal marinho do país. Parnamirim, saudoso Parnamirim... E Caicó, terra das poesias do meu idolatrado Chico César. Tanta beleza, tanta vida... Inúmeras qualidades por não poderem ser todas enumeradas aqui, o inesquecível Rio Grande do Norte.

E num vôo panorâmico pelo país, voltei à capital do Brasil, onde se trabalham e ganham dinheiro, muitas vezes pouco, mas o que não falta, nessa gente, é a vontade de retornar ao nordeste para matar todas as saudades daquela região, abençoada terra Fulni-ô, Pataxó, Potiguara, Pankararu, Banguê-Açu...

Meus saudosos cumprimentos aos nordestinos de todo, e em todo, o país!

Por Helen de Sousa_18 de abril de 2011