quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Passado bate a porta...rs

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Fechando ciclos


Agora que sou uma mulher madura eu posso escolher minhas aventuras, desventuras, porque sou mais experiente, então sei exatamente o que tem que ser feito. Certo? Claro que sim! Geralmente depende de mim quem entra ou sai da minha vida, por quem eu quero e devo sofrer ou não, de quem eu quero ou não sentir saudades. Tudo, a essa altura do campeonato, não é relativo, pois por saber por onde devo andar, minhas escolhas devem ser baseadas na razão de uma mulher de trinta anos. A idade! Eu me definiria hoje como a amante perfeita, a mãe, a esposa ideal, tudo acrescentado de uma vivacidade incomparável, impagável. Um estado que não me faz querer retroceder dois, cinco, dez anos... Definitivamente não! Sei onde estou e gosto estar onde estou. Não tenho pena de viver, não economizo sorrisos, afeto, atenção, música, dança, lágrimas... Pra mim tudo é muito simples e descomplicado, até mesmo um adeus. Nunca neguei que sou uma romântica assumida, perdida numa imensidão, que às vezes quer ser resgatada, às vezes quer ser encontrada, noutras somente aproveitar cada instante ali e que ninguém me tire de lugar nenhum. Às vezes minhas histórias não passam de cenas de novela mexicana barata... Admiro a genialidade com que se conseguem racionalizar o amor. Minha regra de vida é simples: viver, sentir! Estou sempre desafiando meus limites. Ainda não consigo compreender coisas do acaso. Quando gestos singelos de carinho diziam tanto e nunca foram nada, tais como as promessas não cumpridas, as despedidas que não existirão. Querer ter as pessoas longe, não, necessariamente, quer dizer que não as amamos, nem que não as queremos dentro de nossas vidas. Admiro a sinceridade, a honestidade nas atitudes e palavras, daqueles a quem tenho apego. Às vezes não quero partir, prefiro ficar parada, só olhando... E noutras vezes preciso correr, o mais rápido e para mais longe possível... Eu quase sempre faço o que quero e consigo sempre tudo o que desejo. E não há distância, tempo ruim, horas, dias, meses, que me impeçam de testemunhar o prazer satisfeito das minhas vontades. Não preciso usar a força, não preciso me atirar, na maior parte das vezes eu recuo, e quase sempre estou ali, me fiz presente de alguma forma. Não gosto de ter que passar por esta morte e renascimento, acontecendo simultaneamente, que é o fechamento dos ciclos... Inevitável, pois, quero sempre estar, continuar sentindo, muito, pouco, cada fração de segundo, porque eu sou isso, simplesmente todas as coisas que sinto e vivo!

Por Helen de Sousa_30set09

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Amor, I love You...

"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho"

Eça de Queiroz, O Primo Basílio

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

02ago09


Você me mandou seguir em frente e eu só consegui ficar parada, vendo você se afastar. Ninguém pediu perdão, apenas olharam-se. Não tinham porquês a serem explicados. O tempo passava e eles já não conseguiam encontrar-se. Ninguém pediu perdão. Não tinham desculpas a serem dadas. Perderam-se um do outro. Ele pediu para ficar, mas ela dizia não. Tirou o chapéu. Não se ouviu mais nenhum som. Pegou o telefone e fechou a porta. Todos nunca mais saberiam quem era ela. Vontade de voltar para o mar, de não ter que desaparecer. Porque ninguém pediu perdão. E mais uma vez sentiu seu coração, pulsar.
Por Helen de Sousa_02ago09

domingo, 12 de julho de 2009

Nothing Fails

I'm in love with you
You silly thing
Anyone can see
What is it with you?
You silly thing
Just take it from me

It was not a chance meeting
Feel my heart beating
You're the one

You could take all this
Take it away
I'd still have it all
'Cause I've climbed the tree of life
And that is why
No longer scared if I fall

When I get lost in space
I can return to this place
'Cause you're the one

Nothing fails, no more fears
Nothing fails, you washed away my tears
Nothing fails, no more fears
Nothing fails, nothing fails

I'm not religious
But I feel so moved
Makes me want to pray
Pray you'll always be here
I'm not religious
But I feel such love
Makes me want to pray

When I get lost in space
I can return to this place
'Cause you're the one

I'm not religious
But I feel so moved
I'm not religious
Makes me want to pray

I'm not religious
But I feel so moved
Makes me want to pray
Pray you'll always be here
I'm not religious
But I feel such love
Makes me want to pray

I'm not religious
But I feel so moved
I'm not religious
Makes me want to pray

Nothing fails, no more fears
Nothing fails, you washed away my tears
Nothing fails, no more fears
Nothing fails

Madonna

A ordem é continuar vivendo

Não tenho tempo para mim, estou sempre tão atarefada, teatro, trabalho, filho, mãe, ginecologista, dentista, frisson, livros, carros, amigos, ruas...
Tempo, tempo, tempo, imploro por tua morada.
Do sonho do grande amor restou a certeza de que nenhuma incerteza é vã.
Peço para ficar mais um pouco e segundos depois quero ir embora.
Respiro arte. Como música. Tomo dança.
Do teu abraço quero não mais largar.
A tua companhia não quero mais perder.
Daqueles que fazem tanto bem... quero um só.
Preciso ver o céu de Brasília, agora!
Movimentos precisos, meu corpo precisa.
Tão engrandecedor é o amor Divino.
Peco por não saber ser menos.
Está fora toda dor, que há anos não se abate sobre mim.
E se amanhã houvesse um julgamento final, morreria em paz hoje.
Estaria sempre ao lado do meu filho.
E se não fui uma boa filha, preciso ser, no mínimo, uma ótima mãe!
Não espero por ninguém, vou fazendo o meu.
Os dias vão acontecendo rapidamente...
Não há tempo para sofrer, pensar em perdas.
A ordem é continuar vivendo.
E agora sei que posso continuar de olhos fechados...
Confiando...
Porque o que era meu está aí, passo a passo...
Do tombo à subida.

Por Helen de Sousa_12jul09

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Felicidade

Quando terminar este projeto vou poder ser feliz!
Quando isso passar, vou estar bem!
Quando atingir minha meta vou relaxar, ficar em paz!
Nadar no Oceano é se posicionar, saber de onde
estão vindo as ondas. Talvez o que a vida está
pedindo seja algo completamente diferente
do que você foi treinado para fazer.
Sucesso no Oceano depende de esforço e posicionamento.
Pegue a onda precisa. O objetivo do surfista é
aproveitar o percurso, aproveitar a onda.
O que vier, aproveite.
Não adie sua felicidade.

Brian Bacon

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Aos trinta... 18 de maio de 2009


Em meio à noite de comemoração dos meus trinta anos, penso em tudo o que sempre quis ser e em tudo o que imaginei que teria... Sinto saudade do meu companheiro que está longe, mas que tem o jeito certo de estar sempre junto a mim, a cada canção. Do nosso amor que nunca vai ser capaz. Beijo o meu filho com tanto amor que poderia sufocar qualquer um que não acreditasse mesmo que isso exista. Não me deixo conhecer pelos tantos seres que se aproximam, para me amar, para me conquistar, para me usurpar... Sou fiel aos meus sentimentos, instintos, prazeres... O meu beijo não tem amor. Pobres daqueles que não souberam me levar pra dentro de si. Tenho orgulho daquela que voou de longe para mim. Não peço mais benção à minha mãe, estamos mais próximas como pouco antes de eu partir. Recebo mensagens ao telefone que me derretem a alma, dentre elas o engano de um grande amor para outro grande novo amor. Desejo o amigo. Tenho sede de vida. Louvo aos céus. Dou muita risada. Vejo seu rosto e gostaria que fosse os tantos outros que não saem da minha mente, dos meus sonhos. Queria que você fosse, nessa sua perfeição, aquele com quem vejo um futuro, aquele a quem amo. Tomo um Chandon. Beijo com volúpia. Não me engano em seu desengano. Não sei seguir acompanhada de você. Aprendi a sentir-me mais feliz assim. Ouço jazz. Ouço funk. Sou eu mesma e aquela que você nunca quis saber quem era. Continuo a mesma fera. Tenho mais sono e cansaço nesses dias. Nunca quis perdão. Quero você sempre por perto quando não me quer tão íntima. Preciso de um pouco mais de calma, de cama, de gana...

Por Helen de Sousa_18mai09

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Luzes

Luzes
Som
Up and down
Hoje deveria ser o meu dia de sorte
Quando eu morro e ainda estou viva dentro de você
Por onde forem nossos caminhos...
Perdidos ao mar?
E quando me fala de todos os seus planos sem mim
Quando procura tumores
Quando pensar que todo amor que lhe falo
É todo seu
Verá que nunca foi
Você queria que nós tivéssemos feito tudo
Que nós tivéssemos sido felizes.
Mas nunca estou tão perto quanto gostaria
Porque não sei se era mesmo amor
Se era mesmo o amor que eu queria
E não adianta mais contemplar
O que lhe levaria para junto de mim?
O quanto isso lhe valeria?
Quando nossas luas se encontrariam?
Nem a noite caiu tão sutil...
Para não precisar de mais nada
Fomos ficando
Calados
Frios
Constantes
Como se o ontem nunca tivesse acontecido
Para esquecer do que apaga
Para não ter escolhas
Falando baixinho ao ouvido
Pedindo perdão...
O carinho numa gota
E se esgotam todas as súplicas
Vede como sou má?
Então, deita e dorme...


Por Helen de Sousa_08mai09

sexta-feira, 24 de abril de 2009

"O amor do Pequeno Príncipe - Carta a uma desconhecida"

"Os contos de fada são assim.
Uma manhã, a gente acorda
E diz: 'Era só um conto de fadas...'
E a gente ri de si mesma.
Mas, no fundo, não estamos sorrindo.
Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida."

Antonie de Saint-Exupéry

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ser humano


No que se resume o ser humano?
No que restou a moralidade e dignidade do homem?
Igrejas Católicas pedem perdão à nação pelo “pecado” de um único ser!
Não existem mais promessas, palavra-de-honra.
A nada se submete a raça humana!
Mães tomam suas cervejas nos bares quaisquer, minutos após darem à luz e enterrar seus bebês. Natural...
Pais abandonam suas filhas após fazerem nelas seus descendentes. Mais do que usual...
A anormalidade já se tornou corriqueira e passa às cegas pelos olhos da sociedade hipócrita, que prefere desviar do moribundo, a sujar seu estofado de sangue. Sangue puro, dela mesma!
Sem pudor.
Sem amor.
Carnificina.
Por dinheiro.
Sem respeito, urubus cibernéticos mancham infâncias inteiras.
Ninguém acorda.
É mais fácil fingir que não se ouviu, que não se viu... Pois parece doer menos, quando não se lembra a todo instante do mal que se faz e que se vive.
Até a inspiração prefere deixar de existir.
Pense, diga e aja!!
Faço algo se mover ao seu redor.
Por Helen de Sousa_14abr09


“Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor.”
(Madre Teresa de Calcutá)

domingo, 5 de abril de 2009

Salmo de Davi, quando se achava no deserto de Judá.
Ó Deus, vós sois o meu Deus, com ardor vos procuro.
Minha alma está sedenta de vós, e minha carne por vós anela como a terra árida e sequiosa, sem água.
Quero vos contemplar no santuário, para ver vosso poder e vossa glória.
Porque vossa graça me é mais preciosa do que a vida, meus lábios entoarão vossos louvores.
Assim vos bendirei em toda a minha vida, com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei.
Minha alma saciada como de fino manjar, com exultante alegria meus lábios vos louvarão.
Quando, no leito, me vem vossa lembrança, passo a noite toda pensando em vós.
Porque vós sois o meu apoio, exulto de alegria, à sombra de vossas asas.
Minha alma está unida a vós, sustenta-me a vossa destra.
Quanto aos que me procuram perder, cairão nas profundezas dos abismos, serão passados a fio de espada, e se tornarão pasto dos chacais.
O rei, porém, se alegrará em Deus. Será glorificado todo o que jurar pelo seu nome, enquanto aos mentirosos lhes será tapada a boca.

Salmo 62

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Príncipe e Papai-Noel

“Amor meu grande amor, não chegue na hora marcada... Que tudo que ofereço é meu calor...”. Quem nunca cantou essa música sussurrando baixinho para si mesmo? É engraçado, você passa a vida inteira procurando pelo par perfeito e a cada relação vai se dando conta que isso não existe. Então, parece que a cada dia que se cresce, os Folclores, Papai-Noel, Coelhinho-da-Páscoa, Príncipe Encantado, tudo isso não passou de balela para você passar tranqüilo pelos dias mais importantes de sua vida. E acreditar que todos eles não existem não é de todo ruim, pois você não precisa mais ter medo do escuro e se esconder da Cuca, esperar o ano inteiro pra abraçar e presentear quem você ama, pode comer chocolate todos os dias e não precisa beijar tantos sapos assim para encontrar a pessoa que ao seu lado lhe faz sentir melhor nos dias frios, nos dias de alegria, nas viagens, no trânsito infernal, no almoço chato de família e numa extraordinária noite de verão... Como dizem por aí, tudo tem o seu lado bom, é só olharmos para uma flor de lótus ou uma rosa. Entretanto, nada impede que se acredite, como li certa vez, que as almas gêmeas existem. Ah, isso sim, pode acontecer. Porém, alma gêmea é completude, em tudo, é a sua fronte no espelho com a imagem de outro alguém. Particularmente, acredito que alma gêmea pode ser um amigo, um irmão, o marido que a vida inteira estará com você, até ficarem velhinhos... Assim, creio que almas gêmeas não requerem igualdade de personalidades, ao contrário, você precisa de adição para o aprimoramento do ser e se vocês já são tão idênticos, o que vai ser acrescentado? Não que a identidade perfeita de duas pessoas não possa existir para que haja o crescimento, mas é diferente... E as diferenças fazem crescer, porque você pode perceber outros lados da vida, outras perspectivas, aprender a conhecer e aceitar o outro mais facilmente, do que conviver apenas com seus ideais, “sua tribo”. Eu acredito sobre tudo nas diferenças. E isso pode parecer conversa de assistencialismo social ou antropologia, mas para todos os efeitos, é impossível conviver num mundo sem conflito, sem que seja compreendido que a aceitação ao outro é muito mais válida do que qualquer inserção em todas as “tribos” que se pode escolher. E assim, fica o recado, acreditem mais no AMOR, deixem o convencionalismo para as fábulas que permanecem nas lembranças de nossas infâncias felizes. Deixemos no imaginário, o mundo fantástico de encantamento da Branca de Neve, da Cinderela e dos sapos que viraram príncipes. Fiquemos apenas com a moral daquilo que podemos aplicar no dia-a-dia, na VIDA QUE É REAL!


Por Helen de Sousa_02abr09

segunda-feira, 30 de março de 2009

Por que a gente cresce?


A gente cresce para ter o contar quando as folhas caírem, quando só restar vida nova no caminho. Quando a sua ausência já não é insignificante. Para poder mesmo querer ter só estado em algum lugar, em alguma época. A gente se perde do mundo interior ciente. Aviltados tornam-se os pulmões, os rins, mas por dentro tudo tem a mesma essência. Os outros nos enganam, mas a gente nunca! Acreditando naquilo que se tornou o superficial, o natural... A beleza vai ficando para trás, junto com o humanismo... Tudo vira moeda, escambo. O prazer se compra em qualquer esquina, com qualquer punhado de comida e gozação, no sentido amplo que a palavra, aqui, requer. E como tudo se basta, não existem mais metas em comum. Os sonhos limitaram-se ao concreto, ao que se toca. Ideologia a parte, crescer faz parte de perder o brilho no olhar, viver do real e deixar a arte como subterfúgio para o mergulho naquilo que sempre se quis. No mundo da pressa, da carne...

Por Helen de Sousa_30mar09

Escorregadio

Falar dele já se tornou tão obsoleto quanto culpar o governo pelo fracasso do Brasil. As pessoas compreendem de forma errada, a forma mais certa de ser. Tão natural quanto a vida, nunca se saberá em que quantidade ele será sempre o suficiente para suprir qualquer carência de você mesmo. A modernidade chama de desprendimento. Eu classifico como falta de idílio. Inquieto ainda é o coração. Não há abraço que sufoque tamanha ausência. Não é de carne, é mente. E nessa disputa, onde sobrevivem os mais insensíveis e abnegados, homens sonham com as mulheres perfeitas e como numa incursão, lamentam ter chegado atrasados em mais uma corrida contra o tempo. Mulheres sonham com seus Tarzans. E em controvérsia aos antipáticos a piegas, louvo o AMOR. Sentimento falto, olvidado, almejado...


Por Helen de Sousa_27mar09

O amor dos homens

Na árvore em frente
Eu
terei mandado instalar um alto-falante com que os passarinhos
Amplifiquem seus alegres cantos para o teu lânguido despertar.
Acordarás feliz sob o lençol de linho antigo
Com um raio de sol a brincar no talvegue de teus seios
E me darás a boca em flor; minhas mãos amantes
Te buscarão longamente e tu virás de longe, amiga
Do fundo do teu ser de sono e plumas
Para me receber; nossa fruição
Será serena e tarda, repousarei em ti
Como
o homem sobre o seu túmulo, pois nada
Haverá fora de nós. Nosso amor será simples e sem tempo.
Depois saudaremos a claridade. Tu dirás
Bom dia ao teto que nos abriga
E ao espelho que recolhe a tua rápida nudez.
Em seguida teremos fome: haverá chá-da-índia
Para matar a nossa sede e mel
Para adoçar o nosso pão. Satisfeitos, ficaremos
Como dois irmãos que se amam além do sangue
E fumaremos juntos o nosso primeiro cigarro matutino.
Só então nos separaremos. Tu me perguntarás
E eu te responderei, a olhar com ternura as minhas pernas
Que o amor pacificou, lembrando-me que elas andaram muitas léguas de mulher
Até te descobrir. Pensarei que tu és a flor extrema
Dessa desesperada minha busca; que em ti
Fez-se
a unidade. De repente, ficarei triste
E solitário como um homem, vagamente atento
Aos ruídos longínquos da cidade, enquanto te atarefas absurda
No teu cotidiano, perdida, ah tão perdida
De mim. Sentirei alguma coisa que se fecha no meu peito
Como pesada porta. Terei ciúme
Da luz que te configura e de ti mesma
Que te deixas viver, quando deveras
Seguir comigo como a jovem árvore na corrente de um rio
Em demanda do abismo. Vem-me a angústia
Do limite que nos antagoniza. Vejo a redoma de ar
Que te circunda – o espaço
Que separa os nossos tempos. Tua forma
É outra: bela demais, talvez, para poder
Ser totalmente minha. Tua respiração
Obedece a um ritmo diverso. Tu és mulher.
Tu tens seios, lágrimas e pétalas. À tua volta
O ar se faz aroma. Fora de mim
És pura imagem; em mim
És como um pássaro que eu subjugo, como um pão
Que eu mastigo, como uma secreta fonte entreaberta
Em que bebo, como um resto de nuvem
Sobre que me repouso. Mas nada
Consegue arrancar-te à tua obstinação
Em ser, fora de mim – e eu sofro, amada
De não me seres mais. Mas tudo é nada.
Olho de súbito tua face, onde há gravada
Toda a história da vida, teu corpo
Rompendo em flores, teu ventre
Fértil. Move-te
Uma infinita paciência. Na concha do teu sexo
Estou eu, meus poemas, minhas dores
Minhas ressurreições. Teus seios
São cântaros de leite com que matas
A fome universal. És mulher
Como folha, como flor e como fruto
E eu sou apenas só. Escravizado em ti
Despeço-me
de mim, sigo caminhando à tua grande
Pequenina sombra. Vou ver-te tomar banho
Lavar de ti o que restou do nosso amor
Enquanto busco em minha mente algo que te dizer
De estupefaciente. Mas tudo é nada.
São teus gestos que falam, a contração
Dos lábios de maneira a esticar melhor a pele
Para passar o creme, a boca
Levemente entreaberta com que mistificar melhor a eterna imagem
No eterno espelho. E então, desesperado
Parto de ti, sou caçador de tigres em Bengala
Alpinista
no Tibet, monje em Cintra, espeleólogo
Na Patagônia. Passo três meses
Numa jangada em pleno oceano para
Provar a origem polinésica dos maias. Alimento-me
De plancto, converso com as gaivotas, deito ao mar poesia engarrafada, acabo
Naufragando nas costas de Antofagasta. Time, Life e Paris-Match
Dedicam-me enormes reportagens. Fazem-me
O "Homem do Ano" e candidato certo ao Prêmio Nobel.
Mas eis comes um pêssego. Teu lábio
Inferior dobra-se sob a polpa, o suco
Escorre pelo teu queixo, cai uma gota no teu seio
E tu te ris. Teu riso
Desagrega os átomos. O espelho pulveriza-se, funde-se o cano de descarga
Quantidades insuspeitadas de estrôncio-90
Acumulam-se nas camadas superiores do banheiro
Só os genes de meus tataranetos poderão dar prova cabal de tua imensa
Radioatividade. Tu te ris, amiga
E me beijas sabendo a pêssego. E eu te amo
De morrer. Interiormente
Procuro afastar meus receios: "Não, ela me ama..."
Digo-me, para me convencer, enquanto sinto
Teus seios despontarem em minhas rnãos
E se crisparem tuas nádegas. Queres ficar grávida
Imediatamente. Há em ti um desejo súbito de alcachofras. Desejarias
Fazer o parto-sem-dor à luz da teoria dos reflexos condicionados
De Pavlov. Depois, sorrindo
Silencias. Odeio o teu silêncio
Que não me pertence, que não é
De ninguém: teu silêncio
Povoado de memórias. Esbofeteio-te
E vou correndo cortar o pulso com gilete-azul; meu sangue
Flui como um pedido de perdão. Abres tua caixa de costura
E coses com linha amarela o meu pulso abandonado, que é para
Combinar bem as cores; em seguida
Fazes-me
sugar tua carótida, numa longa, lenta
Transfusão. Eu convalescente
Começas a sair: foste ao cabeleireiro. Perscruto em tua face. Sinto-me
Traído, delinqüescente, em ponto de lágrimas. Mas te aproximas
Só com o casaco do pijama e pousas
Minha mão na tua perna. E então eu canto:
Tu és a mulher amada: destrói-me! Tua beleza
Corrói minha carne como um ácido! Teu signo
É o da destruição! Nada resta
Depois de ti senão ruínas! Tu és o sentimento
De todo o meu inútil, a causa
De minha intolerável permanência! Tu és
Uma contrafação da aurora! Amor, amada
Abençoada sejas: tu e a tua
Impassibilidade. Abençoada sejas
Tu que crias a vertigem na calma, a calma
No seio da paixão. Bendita sejas
Tu que deixas o homem nu diante de si mesmo, que arrasas
Os alicerces do cotidiano. Mágica é tua face
Dentro da grande treva da existência. Sim, mágica
É a face da que não quer senão o abismo
Do ser amado. Exista ela para desmentir
A falsa mulher, a que se veste de inúteis panos
E inúteis danos. Possa ela, cada dia
Renovar o tempo, transformar
Uma hora num minuto. Seja ela
A que nega toda a vaidade, a que constrói
Todo o silêncio. Caminhe ela
Lado a lado do homem em sua antiga, solitária marcha
Para o desconhecido – esse eterno par
Com que começa e finda o mundo – ela que agora
Longe de mim, perto de mim, vivendo
Da constante presença da minha saudade
É mais do que nunca a minha amada: a minha amada e a minha amiga
A que me cobre de óleos santos e é portadora dos meus cantos
A minha amiga nunca superável
A minha inseparável inimiga.

Vinícius de Moraes

Paris, 07.1957

quinta-feira, 26 de março de 2009

Não tenha medo. Aproxime-se. Ouse retomar os laços que nos uniram.
Ouse não ouvir tudo aquilo que te falam sobre mim.
Se você quer pichar, faça, mas pelo lado de dentro do portão.
Se anda sentindo o peito, goze com a vontade da necessidade de expelir tudo o que entope suas entranhas. Não “como” no teatro.
Relaxe.
Raspe as sobrancelhas uma vez por mês.
Diga “oi” para o sol. Desfrute da natureza.
Pegue carona, pelo menos uma vez por dia.
Fique nervoso. Coloque suas tensões para fora.
Diga “amém”, abaixe a cabeça e saia pela porta lateral esquerda.
Não falo igual.
Peça a conta e vamos embora, o dia está acabando e a noite caduca.
Peça aos monges a sabedoria que nunca alcançarás sendo você mesmo, e não aquele. Deixe que lhe deem socos e pontapés, sacuda a poeira e escolha outro caminho.
Não desvirtue de seu foco.
Tenha alternativas como tênis amortecedores e tração na dianteira.
Perturbe a mente com o som alto das buzinas, sirenes e bombardeios. Sele o beijo de paz.
Coma sushi. Cubra seu rosto e vire a cara para a dor dos famintos à sua volta.
Repita que estas são sempre as mesmas palavras que lê. Estagne seu cérebro, seu coração.
Congele minha imagem de bruços na sua cama, pois é assim que quero lembrar de mim junto à você.
Não me perdoe, porque eu não mereço. Ninguém saberá afinal, onde tudo termina.
Já queimei todos os retratos e agendas de telefone.
O calor da sua boca, não quero.
Vamos pulando num pé só.
Pese.
Para quê continuar então?...

Por Helen de Sousa_09mar09
Desaprega o olho
Alumia o caminho, boca carmim
Sol nasce às seis...
Dias sem ver a rua
Trem partiu ao meio, dois lados de um todo
Metade que tira a vida da arte
Na cidade do carnaval sem alma
Desencana
Notória crendice
Naquilo que não se crê
Abre o olho camarada
Que o tapinha ainda está por vir
Desencosta da parede então
E sorri
Com tão bela e larga arcada
Larga essa vida
E corre
Pro futuro que nunca foi teu
Corre
Pro futuro que nunca foi teu...

Por Helen de Sousa_25mar09

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O homem ideal

Hoje, cumprindo meu ritual dominical, nada rotineiro, assistia o reality show mais famoso do Brasil, foi então que reafirmei minhas convicções sobre o homem que as mulheres desejam – O HOMEM PERFEITO! Sim, o tão sonhado e esperado príncipe encantado, aquele que não está mais estereotipado como louros altos e robustos de olhos azuis. Na verdade os príncipes transformaram-se em super-heróis reais, sem máscaras, nem armaduras, pura e simplesmente seres humanos másculos e de idoneidade indiscutível! O homem perfeito é aquele cuja moralidade não seja abalada, cujos princípios andem de acordo com a ética do bom senso. São os cavalheiros, maridos fiéis e dedicados à família, amantes insaciáveis... O homem ideal não tem medo de se mostrar forte, sentimental, íntegro, responsável, vaidoso, um tanto quanto resoluto e vivaz!! Forte o bastante para proteger-nos de todo o mal; sentimental o suficiente, mas nunca a ponto de acabar com sua caixa de lenços, após um simples "Eu te amo"; vaidoso, mas que não se preocupe mais com o cabelo dele do que você com o seu; e que nunca se atrase mais do que uma mulher para sair de casa! Tão íntegro, que você possa ver nele todas as qualidades que gostaria que seu filho tivesse - como aqueles homens que ainda se preocupam em ajudar idosos nas ruas, que deixam você passar à frente para entrar ou sair do elevador, que perguntam se você precisa de ajuda numa tarde chuvosa... - Homens tão raros quanto safiras Yogo! Para nós mulheres, os homens precisam demonstrar serem machos, com todas as peculiaridades que um autêntico indivíduo do gênero masculino requer! Não devem amar os shoppings centers, bate-papo de porta em porta, não devem se preocupar em saber a cor da roupa que você estava na segunda-feira da semana passada... Filmes românticos então, tipo "mamão com açúcar", passam muito longe dessas figuras! Os homens tão sonhados por nós, na verdade, são aqueles que se mostram durões em meio a um acampamento, mas entre quatro paredes fazem você se derreter, se revirar, se transformar na pessoa mais amada e desejada do mundo... Com toda a sua malemolência, todo o seu charme, carinho e doçura que configuram-se nas mãos dele pelo seu corpo e seu beijo suave e intenso. O homem perfeito é um ideal, como o Oscar para um ator, ou como fincar uma bandeira de seu país no topo da montanha mais alta! E se eles procuram pelas mulheres perfeitas, eu afirmo: elas existem! São tão raras como ver um eclipse, mas muita gente detém esse poder quando ele passa diante de seus olhos... As mais gentis, sedutoramente meninas-mulheres, afetuosas, compreensivas, vulcânicas, inteligentes e divertidas, estão por aí, andando pelas linhas da vida, aguardando que o inesperado aconteça, vivendo cada segundo na preparação para a conquista de seu prêmio final! E, arrebatando todo e qualquer receio de comprometimento, ou o medo de uma desilusão, assevero que, aquilo que nós mulheres precisamos é, simplesmente, de cuidado, e que este que não se resume à exclusividade de vinte e quatro horas diárias de homem, mas eu o definiria como uma necessidade de fidelidade de sentimentos - de todos eles - a uma única escolha...

Por Helen de Sousa_08fev09

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Carnaval, tudo igual!

Não há o que esperar da nudez.
Ano após ano de expectativa infundada, pois são os mesmos corpos, as mesmas cores...
Que aumentam a cada ano.
A novidade, pois, estaria na redescoberta.
A cidade que engole gente, em fevereiro vira o Brasil!
Nem Alanis resistiu ao batuque nacional...
E mesmo em meio a tanta alegria, o surrealismo da comodidade em que se habitua perder a liberdade, pouco a pouco deixa de ser surpresa...
Onde o mendigo pode virar louco e o louco mendigo que ainda virará o ladrão da esquina
Onde a beleza é ofuscada
E como Alice, vive-se num mundo de fantasia, em que realities shows passam a ser o descanso nacional.
Vive-se a ilusão governamental, onde o operário que prometia igualdade aos iguais, não mentiu! Agora já se cumpre a promessa, do patamar de cima.
Onde não há mais fome, nem miséria, nem mamães sufocando seus bebês ao darem a luz...
Por uma tão sonhada viagem a Itália!
A vista do helicóptero é mais aprazível
Porque quanto mais perto do indigente, mais fétido se torna o ser humano...
E o caos ainda prevalece.
Que não ousem apontar para os céus, pois os que aqui vivem fazem suas leis, quebram códigos de ética, tem como bandeira seu próprio orgulho.
No país do carnaval me confundo com a negra, com a mulata, com a índia ou com a burguesinha do sul.
E cheia de alegria me lanço nas ruas, com seus lances, lanças, balas, confetes, mariolas, quindins, frumelos, bacanas, dionísios, afrodites, mikey mouse, gatos de botas, bruxas do oeste...
E o que não pode faltar na cidade maravilhosa?
Sonhos!
De todos os sabores...
Por Helen de Sousa_27jan09

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Meu Lunny


19 de janeiro de 2009. Hoje eu deveria estar escrevendo para o meu filho, mas estou aqui diante dessa tela de computador para expressar toda a minha dor. Num rompante, à la Maysa, ponho-me a digitar e a chorar. Esta noite me despedi do meu grande camarada. Hoje não queria ter que viver esta emoção. Ele foi meu grande companheiro nesses últimos oito anos e meio. Esteve presente sempre nos momentos mais importantes, na despedida, na recepção, no aeroporto, na cidade maravilhosa, no reencontro, na separação, no nascimento... Era a ligação mais presente que tinha do meu pai, pois foi seu último presente para mim, um presente que eu preservava com muito carinho e devoção. E desse detalhe, poucos sabiam, que ele era tão valioso para mim quanto uma gigantesca pedra de diamante para os capitalistas. Quando engravidei, insistentemente queriam que eu o desse para uma outra família, no entanto, ele era o companheirinho do meu Miguel, apesar do ciúme de ambos. Mas longe dos olhos de muita gente, ele significava vários detalhes da minha vida, pois esteve comigo em momentos muito marcantes... Nas horas de alegria, nos dias mais difíceis, longe dos meus, da minha família, era quem estava comigo na cidade que engole gente e nas noites de chuva. Era ele a minha razão de voltar pra casa todos os dias. Era quem esquentava meus pés nas noites solitárias de frio. Ele me ouviu chorar, brigar, cantar... Ele era quem ficava comigo na madrugada, enquanto eu lia, escrevia... Os fins de tarde já não serão os mesmos. Chegou pra suprir a dor de outra perda. Era a alegria da minha casa. Teve um papel fundamental na vida sentimental do meu filho, que ainda se desenvolve. E ninguém pode imaginar o tamanho dessa dor. Hoje eu não queria ser triste. A dor da perda é o que mais me enfraquece nesses dias claros. E com ele se foram anos de júbilo, de sonhos, de infância, de juventude. Com a sua partida ficam mais evidentes as lembranças do pai, do irmão, do choro da mãe, do casamento desfeito, da dor da solidão, da morte, do medo... O modo que me refiro, esta noite, a um mero cachorro, pode parecer lunático, banal, mas é sentimento puro. Meu Lunny foi muito mais do que isso, muito mais que qualquer palavra que eu tente exprimir. Numa caixa de bonecas, dormindo como um bichinho de pelúcia... Este último momento vai ficar no meu coração, até que este pare de bater, como o dele parou nesta noite de domingo... A memória mais viva de fidelidade, apreço e amor.

Por Helen de Sousa_19jan09

domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma artista

Hoje descobri que não sou uma artista. Não uma artista completa, com todas as suas peculiaridades, todo o egocentrismo e egoísmo que ofício requer... Ou seria um dom?! Irônico. Como os artistas que chegam ao lugar onde realizam seu sonho, pelo que sempre buscaram: O SUCESSO. Simplesmente não sou.
Depois de realizados os sonhos dos artistas, com o que mais eles poderão sonhar se gastaram todo o seu tempo com eles mesmos e o mundo foi ficando para trás... Eu não sou a artista que um dia eu sonhei. Mas amo com a mesma intensidade que os artistas todas as poucas coisas que já conquistei, filhos, marido, trabalho... E isso não seria negligenciar minha arte?
Não me conformo com um sonho só. Se todos os dias que acordo são diferentes, minhas roupas não são as mesmas de anos atrás, meus sapatos foram doados, se meus seios estão se rendendo à gravidade, então, se cada dia é singular, porque eu deveria ter um sonho só, com tantos dias por viver? Devo admitir que gosto de amar para viver, assim como os artistas que vivem para amar. Então, será mesmo que não sou uma artista? Será o meu talento não estaria na paixão pela vida? Viver não seria uma arte? Quem poderá julgar? Quem vai dizer que não? A relatividade também é o enigma que não se tem resposta, porque a sua subjetividade não se pode mensurar. E faço arte quando vivo assim, inspirada por idéias novas que sempre virão, amores, o gosto do vinho, a batata frita, a lanchonete da esquina, uma rua sem saída, a moça sentada na sala ao lado, a grávida, o café quente, a negra que dança no carnaval, a unha encravada, dias quentes de sol, mais um filho, ruas engarrafadas, pilotos de avião, rios poluídos, o batom vermelho, nosso sonho de pijama... A poesia...


Por Helen de Sousa_18jan09

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tua metade

Sintonia Brasília Super Rádio Fm. “Um piano ao cair da noite”. Os carros me perseguem. Uma fuga inconstante. Nos espelhos vejo seus olhos, por todos os lados. A volta é lenta, como a dor do fino corte. Você me detém, me fascina. A cada segundo me encontro perto da inspiração, para o poema, para o sexo, para o entardecer... Vagando pelas ruas, cheias de pernas, braços, pele, cor. Nosso amor é o que me abastece nesse turbilhão de idéias. Tua metade se fez necessária pra se falar de amor, pra se cantar a dor, pra se sentir tão só e ter esperança. Tua metade me fez sorrir, conhecer o gosto doce e amargo da vida. A utopia virou dramaturgia e ainda é vida real. A saudade não é querer te ter, mas te ter ainda por perto querendo... Precisar do teu olhar, do teu caminhar, do teu dedilhar. Voltar para os teus braços, não há razão maior. Teu sorriso me acalma a alma. Teu abraço leva embora todo o passado. Nas águas que por aqui correm, pedras e vegetação vão ficando para trás, esquecidas, fazendo parte do novo caminho, para os que virão depois de mim. Se eu te peço pra voltar, “volta não, porque me quebraste em mil pedaços...”. E quando o amor não foi suficiente, senta, levanta a cabeça e segue. Interessante... Como mais ninguém!

Por Helen de Sousa_13jan09