Na calada da noite, o vento sussurrava o que as mentes pragmáticas já vivenciavam e silenciavam...
Entre bandolins e araras azuis, vimos nossos caminhos se distanciarem
Àqueles que o destino insistia em tentar aproximar.
As vielas, as estradas tortas e contorcidas, estreitas... Florida e resplandecente mata virgem!
Em meio à exuberante beleza do ser e do estar
Aqui e em nós, a sós,
Ninguém mais sabia onde nos encontrar
porque já éramos o pó e o reflexo de Deus
na significância de cada gesto, cada suspiro, cada respiro...
Uma gota de esperança ainda ligava o fio de nossas vidas, já entrelaçadas para sempre
Na eternidade dos corpos carnais, viscerais, urgentes por viver o hoje
Sem um futuro que trouxesse paz, alívio, refúgio, consagração divina.
Julgavam-nos: "loucos e alucinados, animais indomáveis e não domesticados"
Mas no âmago de nossas almas, só nós sabíamos
que o respeito e a admiração mútuos nos uniu, enfim, para um começo sem final feliz, em mais uma primavera gentil.
Por Helen Waqas
Em 21 de setembro de 2025.