quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Relevância do Amor

Hoje, ouvindo o noticiário, me deparei com um pai e um filho que foram agredidos por estarem abraçando-se publicamente, por terem sido confundidos com homossexuais.

Um filho que resolveu assassinar seus pais por não ter sido autorizada uma festa, que se realizaria em sua casa, cuja divulgação já havia sido feita nas redes sociais.

E deparei-me com a falta de amor em que esta nova era vive. Pessoas que se esqueceram de como é bom recostar a cabeça no colo da mãe, mesmo que não sejamos mais um bebê; Que se esqueceram de como é bom adormecer envolto pelos braços de quem se tem muito apreço; Como é bom oferecer um abraço, afeto, carinho sincero, um beijo de gratidão...

A humanidade não se recorda do que é o amor em sua plena essência, o que ele representa e como o conquistamos.

Ninguém mais sabe o que é ter amigos, compram-nos. Ninguém aprendeu a ser tolerante, agridem-se. Não se sabe mais respeitar a privacidade, a individualidade e singularidade alheia, invadem-se as vidas como se elas nada representassem.

Então ficam sempre as questões: Quando isso tudo vai mudar? Quando deixaremos de viver nesse terror? É preciso que só eu faça minha parte? É irrelevante que ao menos isso eu faça?

As coisas, o amor, deveriam ser tão simples como na visão de uma criança...


O amor verdadeiro se solidifica mesmo é na simplicidade da vida, na humildade e lealdade dos sentimentos puros, singelos.
Por Helen de Sousa


domingo, 10 de julho de 2011

O mistério de quem será a história...

" Todos nós temos um anjo. Um guardião que nos protege. Pode tomar qualquer forma. Um dia, um homem velho. No outro, uma garotinha. Não deixe que as aparências te enganem. Eles podem ser tão cruéis como qualquer dragão. Podem não estar aqui pra lutar nossas batalhas, mas sussurram em meu coração. Lembrando que somos nós, que cada um de nós é que tem o poder sobre o mundo que criamos.
...E finalmente a pergunta... O mistério de quem será a história... De quem atravessa a cortina... Quem escolhe os nossos passos de dança... Quem nos deixa loucos. Chicoteadas para os derrotados e coroa para os vitoriosos, aqueles que sobreviverem ao impossível. Quem é... Quem faz todas essas coisas? Quem honra aqueles que amamos pela vida que vivemos? Quem envia monstros para nos matar? E, ao mesmo tempo, canções que nunca vão morrer. Quem nos ensina o que é real e como rir das mentiras? Quem decide quem vai viver ou morrer defendendo? Quem nos acorrenta? E quem tem a chave para a nossa liberdade?
É VOCÊ. Você tem todas as armas que precisa. 
Lute agora!" 
Sucker Punch - 2011


http://www.youtube.com/watch?v=56s50H0UWas

sábado, 2 de julho de 2011

Da perda de cada um

Hoje, ouvindo o noticiário, sobre o falecimento do ex-presidente brasileiro, Itamar Franco, resolvi falar sobre as dores das perdas de pessoas de nossas vidas.

Sempre fui uma menina muito tímida na minha infância e nunca soube expressar meus sentimentos de forma carinhosa. Tinha dez anos de idade e lembro-me, como se fosse hoje a primeira vez que meu padrasto ameaçou sair de casa. A cena é nítida: ele na garagem, com as malas prontas, ao lado de seus pés, minha mãe observando tudo de perto, com os olhos marejados. Foi então que eu agarrei as pernas dele, como se nunca mais pudesse soltar e, chorando, pedi, somente uma vez, com todo amor que uma criança daquela idade poderia ter, para que ele não fosse embora! Num pranto maior que o meu, ele me pegou no colo, me abraçou e num abraço coletivo, entre eu, minha mãe e meu padrasto, selamos a união que nos proporcionou ficarmos todos juntos (eu, minha mãe, meu padrasto, meu irmão e minha prima) por mais oito anos. Depois disso veio a segunda despedida de meu padrasto, a saída definitiva de casa. Assim, após quatro anos de convívio, separados, a última vez que o vi foi quando ele veio a falecer.

Com os meus trinta e dois anos, ainda não aprendi direito a lidar com a dor de uma perda. Geralmente, eu tento me defender do sofrimento e acabo causando dor às pessoas ao meu redor. Já perdi um grande amor. A morte já levou algumas pessoas a quem muito amei. E sempre foi muito difícil passar por isso.

Cada pessoa tem seu jeito de lidar com suas perdas. Uns tornam-se reclusos em suas próprias casas e deixam com que a tristeza tome conta de sua vida, outros preferem espairecer saindo, viajando, bebendo com os amigos, conhecendo outras pessoas. Alguns agarram oportunidades ímpares, depois de ter perdido alguém. Outras pessoas preferem a incomunicabilidade e o distanciamento. Tem gente que prefere sentir-se querido ao lado da família. Há ainda os que passam a se dedicar mais aos filhos, aos afazeres domésticos, ao trabalho, à religião. E pessoas que caem sobre uma cama, por dias e dias, até conseguirem levantar-se, abrir as janelas, deixar o sol entrar e resolvem encarar a vida real.

O fato é que dor é dor. E a dor de uma perda é incomparável para qualquer um, pois cada história tem sua intensidade, é carregada de lembranças, sorrisos, gestos de carinho... Cada perda é insubstituível. Mas o amanhã é a esperança de um dia melhor, de novos momentos felizes, sem, necessariamente, que se perca todo o amor que tivemos por uma vida perdida.




Por Helen de Sousa
02 de julho de 2011