quarta-feira, 19 de maio de 2021

A história que não se repete

Esta noite sonhei com um pavão lindo, e o via diante de uma chuvinha gostosa... Meu marido estava comigo nessa caminhada, nesse sonho, nesse dia. 

Muitos sonham em ter muito dinheiro, uma vida estável, viajar para muitas partes do mundo, ter o carro do ano, um emprego bem sucedido... Sonhos são muito peculiares e pessoais.  às vezes a gente até esquece do que um dia sonhou, mas como diriam alguns, os sonhos adormecem, mas não morrem. 

Uns colecionam carros, outros colecionam filmes, músicas, eletrodomésticos, vistos no passaporte, medalhas... Fato é que cada um sabe o que lhe faz mais feliz!

A onda da pós modernidade é ser descolado, desvinculado de qualquer coisa, poder tomar um café da manhã na padaria, acordar em outro estado, outro país, não ter apego a ninguém, não precisar ser responsável por nada nem ninguém, viver viagens incríveis, mostrar um hobbie novo na rede social. Tudo muito "in". Compreensível. Ser família está ficando démodé. Mas o que é mesmo ser "família"?

Eu, como sempre, parece que estou indo sempre na contramão de tudo que muitos acreditam, não sei se isso se chama maturidade, idade avançada, descompasso ou falta de sincronia mesmo com o atual, com o pós contemporâneo. Às vezes me sinto ficando para trás na sociedade, em vários aspectos. Tenho amigos que sem querer me intimidam quando penso em compartilhar a minha vida pessoal, porque muitas vezes a minha vida profissional parece importar mais e impor mais respeito do que aquilo que realmente sou. Mas será o que conquistei não é examente o que sou? E quem poderá mensurar o valor de cada conquista pessoal a ponto de definir o valor de cada pessoa de acordo com essas conquistas?

A verdade é que desde a infância eu dizia que queria ser mãe de pelo menos três filhos.  Como lá em casa somos só um casal de irmãos, sempre achei essa quantia muito pouco! Depois de três gestações, hoje com o Miguel, 14, e Noah, 4, estou entrando na minha quarta gestação, aos 42 anos, cravados! Para alguns isso é maior loucura em meio a uma pandemia, em meio ao caos que o mundo se encontra, à economia e o futuro dela, em meio a uma situação pessoal desfavorável a qualquer rumo novo que eu quisesse imaginar para mim e para os meninos, a curto e médio prazo. Mas estamos aqui, juntos e mais vez  eu gerando uma vidinha. O que é tao mágico que só quem já pode vivenciar essa experiência é que sabe o enorme prazer deste momento. E, sim, mais um sonho meu está sendo realizado. Não como uns imaginam, mas exatamente como eu imaginei um dia!

Hoje li em algum lugar: " Mais do que máquinas, precisamos de mais humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de bondade e ternura." Dizia ser de Charles Chaplin. Não sei a veracidade da autoria, mas eu diria que essa frase define bem o que penso da vida, deste meu momento! Esta talvez seja a desculpa de qualquer pai e mãe que queira povoar o mundo. "Ah, mas existem tantas crianças abandonadas para serem adotadas..." Sim, existem e se fosse tão simples um adoção, talvez não tivéssemos tantas crianças precisando de um lar. Se a vida fosse tão simples, não se resumiria às dificuldades que todos nós temos em lidar com alguma coisa nela!

Mas aniversariando mais uma vez, depois de um ano pandêmico tão difícil como foi 2020, hoje eu passo mais uma data comemorativa de vida com o melhor dos presentes: mais uma vida dentro da minha vida!!


Por Helen Waqas
Em 18 de maio de 2021

 






quarta-feira, 5 de maio de 2021

Novos ciclos e união

Hoje, dia 05 de maio de 2021, e desde a minha última postagem, para variar um pouco, meus pensamentos, e vida, já mudaram em 180 graus.

Tinha um assunto em suspenso sobre meu irmão. Sobre isso, eu só digo que depois vê-lo pessoalmente, mês passado, depois da volta dele, e da esposa, da Inglaterra, ver o seu sorriso, sentir o seu abraço, ver o sorriso dos meus filhos ao poderem desfrutar do "titio" de novo, depois de mais de um ano e meio sem vê-lo, reaqueceu meu coração, levou embora todas as dúvidas e qualquer mágoa que um dia eu tivera em relação a nós dois, à nossa relação. É muito gostoso perceber o amor, receber amor e ter amor por perto. E atesto, nosso encontro foi substancialmente magnífico! 

Hoje, eu venho desabafar sobre a força do destino, sobre tudo aquilo que nunca imaginamos um dia e sobre todos os planos que fazemos e são completamente modificados pelo tal, e poderoso, destino! Ao passo que celebramos a vida, choramos as perdas, a dor do sacrifício que só é entendindo por quem se submeteu a ele por alguma razão específica e íntima de cada um. 

Hoje celebro a liberdade, o livre-arbítrio, a vontade de sermos aquilo que sempre quisemos e podermos realizar esse sonho de verdade. Hoje começa um novo ciclo na minha vida, na vida da minha família, daqueles que o destino escolheu pra mim. Nesses últimos 6 anos vivemos muitas coisas de modo muito intenso, a alegria da chegada de uma filha; sua perda; a  imensa felicidade da chegada de mais um filho abençoado e que nascia cheio de saúde, nos fazendo esquecer a dor da perda da nossa pequena Aisha. Noah veio para preencher um vazio deixado pelo inimaginável destino! Vivemos também a dificuldade de nos mantermos num país falido economica e educacionalmente. Por mais que eu seja da Educação, muitas vezes me vejo remando contra uma maré muito alta, que desanima, que sufoca, que adoece. Economicamente falando, meu marido não aguentou a pressão de estar sempre passando necessidade, incerteza, desesperança de progresso no Brasil. Há três dias de completarmos 7 anos de casamento, eu o apoiei a traçar voos mais altos, a seguir o sonho dele. Hoje estamos fisicamente separados, mas espiritualmente sempre juntos, porque apesar de tudo, a nossa conexão tem amor e um filho, e isso não há força que vá contra - a união entre duas pessoas que decidiram ser pais juntos, quer fisicamente perto ou não! Não nos separamos como casal, mas foi preciso um tempo de estiagem para que consigamos prosperar, por nós mesmos, pela nossa família, pelos nossos familiares!

Se me perguntarem o que estou sentindo/pensando, eu não teria palavras sufcientes para conseguir explicar. É um misto de sentimentos. Ao mesmo tempo que estou esperançosa, fiquei com medo do distanciamento. Mas entendo que toda subida tem a pretensão de uma vista da altura que se estiver disposto a subir. Então, como sempre, confio na Força Divina que sempre nos regeu e sempre nos regerá. É assim que consigo viver, confiando em Deus e só confiando!

Estamos começando um novo ciclo e fechando outros. É isso. Acostumada às adversidades, tento seguir plena, na medida do possível, mas confesso, mesmo com o turbilhão de mudanças que estão por vir, estou feliz!

Por Helen Waqas

05 de maio de 2021