domingo, 21 de setembro de 2025

Das primaveras gentis

 



Na calada da noite, o vento sussurrava o que as mentes pragmáticas já vivenciavam e silenciavam...

Entre bandolins e araras azuis, vimos nossos caminhos se distanciarem

Àqueles que o destino insistia em tentar  aproximar.

As vielas, as estradas tortas e contorcidas, estreitas... Florida e resplandecente mata virgem!

Em meio à exuberante beleza do ser e do estar

Aqui e em nós, a sós,

Ninguém mais sabia onde nos encontrar

porque já éramos o pó e o reflexo de Deus

na significância de cada gesto, cada suspiro, cada respiro...

Uma gota de esperança ainda ligava o fio de nossas vidas, já entrelaçadas para sempre

Na eternidade dos corpos carnais, viscerais, urgentes por viver o hoje

Sem um futuro que trouxesse paz, alívio, refúgio, consagração divina. 

Julgavam-nos: "loucos e alucinados, animais indomáveis e não domesticados"

Mas no âmago de nossas almas, só nós sabíamos 

que o respeito e a admiração mútuos nos uniu, enfim, para um começo sem final feliz, em mais uma primavera gentil.


Por Helen Waqas 

Em 21 de setembro de 2025.




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