Poemas para noites de insônia e inquietação. Dedicado a um amor com sabor de fruta mordida sheakesperiano.
Das letras que formam o mesmo nome
Fazem-nos a mesma carne
Porém nelas falta ar, falta o "A".
Nelas há os filhos que nunca te dei
E aqueles que não virão depois de nós.
Da falta da letra, nossas diferenças se atestam
Na forma de falar, de comer, de sentir e de se despir...
Na forma que tuas mãos buscaram
A falta do ar, fez-se a amizade, o afago, o ardor, o amor... Na falta do "A"!
E nenhuma falta impera
Quando a conexão é genuinamente consanguínea, é eterna.
As letras parecem repetir o passado
Mas ainda falta aquele "A", aquele ar, naquele lar...
Porque "eu vejo um museu de grandes novidades
Mas o tempo não para
Não para, não para"...
Por Helen Waqas, em 10 de abril de 2025.